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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
CASAMENTO - OSHO
“O casamento é a instituição mais triste inventada pelo homem. Não é natural; foi inventado para se poder monopolizar a mulher. As mulheres têm vindo a ser tratadas como se fossem uma extensão de terra ou algumas notas bancárias. A mulher foi reduzida a uma coisa.
Lembre-se que se reduzir qualquer ser humano a uma coisa – sem se aperceber, sem ter consciência – estará a reduzir-se também ao mesmo estatuto; caso contrário não poderá comunicar. Para conseguir falar com uma cadeira, você tem de se tornar uma cadeira.
O casamento é contranatural.
Só podemos ter certeza do momento presente, o que temos nas mãos. Todas as promessas para amanhã são mentiras – e o casamento é uma promessa para toda a vida, uma promessa de que ficarão juntos, de que se amarão, de que se respeitarão mutuamente até ao último dia das vossas vidas. (...)
Se der ouvidos à natureza, os seus problemas simplesmente deixarão de existir. O problema é o seguinte: biologicamente os homens sentem-se atraídos pelas mulheres, as mulheres sentem-se atraídas pelos homens, mas a atração não pode ser a mesma para sempre. (...)
Os amantes não se enganam um ao outro, eles estão a dizer a verdade – mas essa verdade pertence ao momento. quando dois amantes dizem um ao outro: ‘Não consigo viver sem ti’, (...) eles estão a falar a sério. Mas não conhecem a natureza da vida.. (...) À medida que os dias passam começam a sentir-se presos. (...)
Para mim é tudo natural. O que não é natural é unir pessoas em nome da religião, em nome de Deus, para o resto da vida.
Num mundo melhor e mais inteligente, as pessoas sentirão amor, mas não farão contratos. Não é um negócio! Elas compreender-se-ão e compreenderão o fluxo mutável da vida. Serão verdadeiras para com as outras. (...) Não haverá necessidade de casamento, não haverá necessidade de divórcio. Nessa altura, a amizade será possível. (...)
É muito feio o tribunal e a lei estatal interferirem na nossa vida privada – vocês têm de lhes pedir permissão. Quem são eles? É uma questão entre dois indivíduos, é um assunto privado.
Só existirão amigos – não existirão maridos nem mulheres. Claro que se só houver amizade, a paixão nunca se transformará em ódio. No momento em que sentirem a paixão a desaparecer dirão adeus e ambos serão capazes de compreender. Mesmo que seja doloroso, não se pode fazer nada – a vida é assim.
Mas o homem criou as sociedades, as culturas, as civilizações, as regras, os regulamentos e transformou toda a humanidade numa coisa que não é natural. É por isso que os homens e as mulheres não podem ser amigos – o que é uma coisa muito feia; começam a possuir-se uns aos outros...
As pessoas não são coisas, não se pode possuí-las. (...) Nenhuma mulher é propriedade de ninguém, nenhum marido é propriedade de ninguém. Que tipo de mundo é que vocês criaram? As pessoas foram reduzidas a propriedades; e depois surge o ciúme, o ódio. (...)
Por isso, este é o conselho de despedida que te dou: nunca tentes agarrar-te a uma pessoa para o resto da tua vida. (...)
O amor não é uma paixão, não é uma emoção. O amor é um entendimento muito profundo de que de alguma forma alguém o completa. (...) A presença do outro melhora a sua presença. O amor dá-lhe liberdade para ser você mesmo; não é sentimento de posse.”
Osho, o livro da Mulher (Sobre o Poder do Feminino)
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